quinta-feira, 11 de outubro de 2007

§ LINHA DO TEMPO DA IDADE CONTEMPORÂNEA

1789-1799 – Estimulada pelos ideais iluministas e com apoio popular, a burguesia volta-se contra os privilégios da nobreza e do clero e instaura a I República na Revolução Francesa. A desigualdade civil e uma profunda crise econômica dominam a França de Luís XVI. Ocorrem revoltas que resultam na proclamação da Assembléia Nacional Constituinte e na tomada da Bastilha, em 14 de julho de 1789, por cerca de mil parisienses, quase todos comerciantes, artesãos e assalariados.
Em 1792, os jacobinos assumem a liderança da revolução com o apoio dos sans-culottes (proletariado urbano) e prendem seus opositores, os girondinos. Durante o chamado Período do Terror, entre 1793 e 1794, a revolução se radicaliza sob o comando de Robespierre. Há execuções em massa e as sentenças de morte atingem também os revolucionários considerados traidores ou acusados de conspiração. Com a execução do próprio Robespierre, chega ao fim a supremacia do grupo jacobino. Os girondinos instalam no poder a alta burguesia. Diante de ameaças externas e com a finalidade de resguardar seus privilégios, a burguesia entrega o poder a Napoleão Bonaparte.
1799-1804 – Escolhido pela burguesia para solucionar a crise que se instala com a Revolução Francesa, Napoleão Bonaparte dá um golpe de Estado, o Golpe do 18 Brumário. O líder militar suprime a Constituição republicana, substituindo-a por outra de caráter autoritário. Concentra todo o poder nas mãos do primeiro-cônsul, cargo que passa a ocupar. Nesse período, conhecido como Consulado, Napoleão realiza obras de pacificação e de organização dos territórios franceses. Participa da redação do Código Civil, que confirma a vitória da revolução burguesa e influencia a legislação de todos os países europeus no século XIX. Institui os princípios de igualdade, de propriedade das terras, das heranças, a tolerância religiosa e o divórcio.
1804-1815 – Napoleão Bonaparte é coroado imperador sob o nome de Napoleão I. O Império Napoleônico promove uma política expansionista: domina a Itália, a Holanda (Países Baixos) e parte da Alemanha; estabelece uma aliança com a Rússia; e declara bloqueio continental à Inglaterra em 1807. Em 1810, o império reúne 71 milhões de habitantes, dos quais apenas 27 milhões são franceses. Forma-se uma coalizão européia contra o poderio francês e Napoleão é obrigado a abdicar. Exilado por menos de um ano na ilha de Elba, retorna à França e reconquista o poder. Inicia-se o Governo dos Cem Dias. Finalmente é derrotado pelos ingleses na Batalha de Waterloo.
1811-1844 – Início dos movimentos de independência das colônias americanas. O processo é favorecido pela difusão das idéias liberais trazidas pela Revolução Francesa e pela independência dos Estados Unidos; pela mudança no equilíbrio de poder na Europa em conseqüência das guerras napoleônicas; e pela alteração nas relações metrópole-colônia. A maioria dos movimentos emancipacionistas é liderada por crioulos (descendentes de espanhóis nascidos na América), que exigem maior autonomia, liberdade comercial e igualdade perante os espanhóis. Contam com o apoio dos ingleses, interessados na liberação dos mercados latino-americanos. 1815 – Com a derrota de Napoleão Bonaparte, representantes das potências européias se reúnem no Congresso de Viena para redefinir o mapa político da Europa e do mundo. Sob a liderança de Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia, os territórios do Império Napoleônico são redistribuídos entre os países vencedores, restaurando dinastias e fronteiras alteradas pelas guerras napoleônicas. A Santa Aliança, organização política internacional, é criada com o propósito de deter novas campanhas revolucionárias e impedir o desequilíbrio de poder entre as potências européias.
1830-1832 – Os movimentos de caráter liberal e burguês que se iniciam na França e se espalham pela Europa ficam conhecidos como Revoluções Liberais. Na França explodem revoltas populares depois que o rei Bourbon Carlos X suspende a liberdade de imprensa e dissolve a Câmara. Vitoriosos, os burgueses levam ao trono um Orléans: Luís Felipe I. A derrubada dos Bourbon estimula o surgimento de várias outras insurreições na Europa. A Bélgica liberta-se dos Países Baixos (Holanda e Luxemburgo) e a Grécia torna-se um Estado independente. Entre 1830 e 1831, manifestações nacionalistas eclodem na Polônia, abafadas pelos russos. Em 1832 começam as agitações em várias partes da Alemanha e da Itália. 1838 – Os primeiros sindicatos (trade unions) surgem na Inglaterra, influenciados pelo aparecimento das idéias socialistas e das revoluções liberais.
1839-1860 – China e Reino Unido envolvem-se em dois conflitos, conhecidos como Guerra do Ópio. A Companhia Britânica das Índias Orientais mantém intenso comércio com os chineses, comprando chá e vendendo o ópio trazido da Índia. A decisão do governo imperial chinês de suspender a importação dessa substância leva ao primeiro confronto (1839-1842). Vencida, a China é forçada a pagar indenização, abrir cinco portos para o comércio e ceder a ilha de Hong Kong aos britânicos. No segundo embate (1856-1860), os ingleses aliam-se à França contra os chineses, que, novamente derrotados, cedem novos portos às nações vencedoras. 1845 – O Parlamento britânico aprova a lei Bill Aberdeen, que praticamente extermina o tráfico negreiro no mundo. A lei concede à Marinha de Guerra inglesa o direito de aprisionar e afundar qualquer navio negreiro no oceano Atlântico. 1848 – Karl Marx e Friedrich Engels publicam o Manifesto do Partido Comunista. Nele, a História é concebida como o resultado da luta entre as classes. No período do capitalismo, a oposição ocorre entre a burguesia e a classe operária. O manifesto conclama o proletariado de todo o mundo a se unir para tomar o poder. Traduzido para várias línguas, tem forte influência nos movimentos operários e revolucionários. 1848 – A crise econômica e a falta de liberdade civil acentuam a oposição à monarquia na França, iniciando as Revoluções de 1848. Os revoltosos proclamam a II República e instalam um governo provisório de maioria burguesa durante uma insurreição em fevereiro. Apesar da conquista da liberdade democrática, as condições de vida dos trabalhadores pouco mudam. Em junho, promovem uma nova revolução, reprimida pelas tropas oficiais. A onda revolucionária atinge simultaneamente outras nações européias (como a Itália, a Suíça e os estados alemães), mas é sufocada em todas elas.
1853-1856 – Reino Unido, França, Áustria, Sardenha (Itália) e Império Turco-Otomano combatem o expansionismo russo nos Bálcãs e na região entre os mares Negro e Mediterrâneo durante a Guerra da Criméia. O conflito se desenrola na península da Criméia, no sul da Rússia, e nos Bálcãs. Vencida, a Rússia devolve o sul da Bessarábia (atual Moldávia) e a embocadura do rio Danúbio para os otomanos. Também é proibida de manter bases ou forças navais no mar Negro. 1861-1865 – Interesses antagônicos entre os estados do sul dos EUA (latifundiários, aristocratas e escravagistas) e os do norte (industrializados e abolicionistas) provocam a Guerra Civil Americana ou Guerra de Secessão. Os 11 estados sulistas (Alabama, Arkansas, Carolina do Norte, Carolina do Sul, Flórida, Geórgia, Louisiana, Mississippi, Tennessee, Texas, Virgínia) deflagram o conflito. Com um saldo de 600 mil mortos, a guerra termina com a derrota sulista e o fim da escravidão. A liberdade formal não transforma a vida dos negros, que continuam marginalizados e sem nenhum programa governamental para sua integração profissional e econômica. O sul é ocupado militarmente até 1877, favorecendo o surgimento de sociedades secretas como os Cavaleiros da Camélia Branca e a Ku Klux Klan, defensoras da segregação racial. 1864 – É criada a Primeira Internacional dos Trabalhadores, associação do proletariado socialista dirigida por Karl Marx. Ela defende a tomada do poder pelo proletariado por meio de partidos socialistas e sindicatos operários. 1867-1918 - Áustria e Hungria se unem numa monarquia dual, o Império Austro-Húngaro. Pelo acordo, as duas nações se mantêm como Estados separados, com Constituições, línguas, governos e Parlamentos próprios. Possuem, porém, um monarca e ministros comuns para assuntos estrangeiros e financeiros. O império reúne um mosaico de povos (tchecos, poloneses, eslovacos, romenos, croatas, eslovenos e italianos) submetidos à hegemonia magiar (na Hungria) e alemã (na Áustria). A negativa dos dirigentes austro-húngaros em atender às reivindicações das minorias acirra os nacionalismos e acaba provocando sua dissolução no final da I Guerra Mundial.
1868 – O imperador Mutsuhito assume o poder após o declínio do xogunato e põe fim ao Japão feudal. Início de um período de modernização e industrialização, conhecido como Era Meiji, que transforma o Japão na maior potência do Oriente.
1870 – Unificação italiana, com a integração dos diversos estados e reinos italianos. Após a Revolução Liberal de 1848 intensificam-se os ideais italianos de união do território, dividido até então nos reinos da Sardenha e Piemonte, ao norte; no Reino das Duas Sicílias, ao sul; nos Estados da Igreja; no Reino Lombardo-Veneziano; no Ducado de Toscana; e no Ducado de Módena. Enquanto o grupo Jovem Itália (formado pela média burguesia e pelo proletariado) defende um Estado republicano, o Risorgimento (integrado pela alta burguesia) é partidário da criação de uma monarquia liberal. Em 1861, Vittòrio Emanuèle II, rei de Piemonte-Sardenha, é proclamado rei da Itália. A consolidação do país é atingida em 1870 com a conquista de Roma.
1870-1871 – Guerra Franco-Prussiana marca o fim da hegemonia francesa na Europa. Reagindo à ambição de Napoleão III de conquistar a Prússia, o chanceler prussiano Otto von Bismarck derrota o Exército francês em 1871 e anexa a Alsácia e a Lorena. No mesmo ano, Bismarck efetiva a unificação alemã, integrando os estados germânicos no II Reich (o primeiro foi o Sacro Império Romano-Germânico, instalado por Otto em 962). O desenvolvimento econômico e social dos estados germânicos no século XIX estimula os ideais de unificação, à medida que garante condições para o avanço militar. 1871 – Os termos de paz impostos à França, vencida na Guerra Franco-Prussiana, provocam uma revolta popular liderada pelo socialista Louis Blanc e pelo anarquista Joseph Proudhon. É implantado, então, um governo revolucionário – a Comuna de Paris – que institui o fim dos privilégios e distinções de classe, o ensino gratuito e obrigatório, o controle do preço dos alimentos e a distribuição da renda em sistema cooperativo. Após 72 dias de duração, a Comuna é derrotada por tropas conservadoras francesas e estrangeiras. Mais de 20 mil revolucionários são executados.
1879-1884 – O Chile vence Peru e Bolívia na Guerra do Pacífico, que envolve a posse da região do deserto de Antofagasta, rica em salitre. Pelo Tratado de Valparaíso, a Bolívia entrega ao Chile sua única saída para o mar. 1884-1885 – A Conferência de Berlim partilha a África entre as potências européias.
1894-1895 – Japão e a China travam a Guerra Sino-Japonesa pelo controle da Coréia, que ocupa posição estratégica e possui grandes reservas minerais (carvão e ferro). A guerra termina com a vitória das forças militares japonesas, que arrasam o Exército e a Marinha chineses. O Japão recebe as ilhas de Taiwan (Formosa) e Pescadores, além de uma volumosa indenização.
1898 – As ambições norte-americanas no mar do Caribe e no oceano Pacífico, então sob domínio espanhol, levam à Guerra Hispano-Americana. A derrota espanhola assinala o início do imperialismo norte-americano no mundo. Os Estados Unidos (EUA) anexam Porto Rico, Filipinas e a ilha de Guam e incorporam formalmente o Havaí, seu protetorado desde 1875. Cuba também é cedida aos EUA, mas conquista a independência em 1902.
1899-1902 – O Reino Unido anexa as repúblicas independentes de Transvaal e de Orange, no nordeste da África do Sul, após vencer a resistência dos bôeres na Guerra dos Bôeres. Descendentes dos colonizadores holandeses, os bôeres ocupam a região nas primeiras décadas do século XIX, atraídos por suas ricas jazidas de diamante, ouro e ferro. Em 1910, Transvaal e Orange juntam-se às colônias do Cabo e de Natal para constituir a União Sul-Africana.
1900-1901 – Insatisfeitos com a submissão da dinastia Manchu à dominação européia, nacionalistas chineses iniciam atentados contra autoridades estrangeiras na China, deflagrando a Guerra dos Boxers. O movimento parte de uma associação secreta do norte do país, a Sociedade Harmoniosos Punhos Justiceiros, conhecida como Sociedade dos Boxers. Reino Unido, França, Japão, Rússia, Alemanha e Estados Unidos organizam uma expedição conjunta para combater o movimento. Derrotada, a China é condenada a pagar indenização e a aceitar a política da Porta Aberta, que mantém sua integridade territorial em troca de concessões econômicas ao Ocidente.
1904-1905 – Os expansionismos japonês e russo entram em choque no extremo Oriente, provocando a Guerra Russo-Japonesa. Em 1900, a Rússia ocupa a região da Manchúria (nordeste da China) e começa a penetrar no norte da Coréia. Os japoneses reagem em 1904 e derrotam os russos num ataque-surpresa. Com a vitória – a primeira de um exército asiático sobre uma potência européia – o Japão ascende à condição de potência mundial e abre caminho para suas ambições imperialistas. 1909 – O norte-americano Henry Ford introduz em sua fábrica de automóveis a linha de montagem, com o objetivo de racionalizar e aumentar a produção. O novo processo produtivo – chamado de fordismo – exige a construção de grandes fábricas e forte concentração financeira, levando à formação das sociedades anônimas. 1910 – O candidato da classe média mexicana Francisco Madero perde as eleições presidenciais de 1910 para Porfírio Díaz, no poder desde 1876 com o apoio da oligarquia latifundiária. Alegando fraude, milhões de camponeses pegam em armas e dão início à Revolução Mexicana, a primeira revolta popular do século XX, liderada por Pancho Villa e Emiliano Zapata. Sua principal reivindicação é a reforma agrária.
1912-1913 – As Guerras Balcânicas - envolvendo países da península e a Turquia – praticamente encerram a ocupação turco-otomana nos Bálcãs. Vitoriosa, a Sérvia duplica seu território, anexando partes da Macedônia e de Montenegro. Mas o país fica sem saída para o mar Adriático e reafirma suas ambições sobre os territórios a oeste da península, sob domínio do Império Áustro-Húngaro. O agravamento das tensões na região compõe o cenário que resulta na I Guerra Mundial.
1914-1918 – O choque de interesses imperialistas das nações européias aliado a anseios nacionalistas provocam a I Guerra Mundial. O conflito opõe a Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Itália) e a Tríplice Entente (França, Reino Unido e Rússia), vencedora da guerra. O estopim do confronto é uma disputa entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia (aliada dos russos) na península Balcânica. Mais de 8 milhões de soldados e mais de 6,5 milhões de civis morrem no conflito. 1917-1922 – A crise econômica e política do Império Russo, agravada no início do século XX, estimula a propagação de idéias contra o regime czarista, abolido durante uma revolução que conduz o proletariado ao poder, conhecida como Revolução Russa. O movimento começa com a Revolução de Fevereiro, que força a abdicação do czar e coloca no governo uma coalizão reunindo a burguesia liberal e os socialistas moderados (mencheviques). No entanto, os mencheviques perdem apoio ao manter a Rússia na I Guerra Mundial. No dia 7 de novembro de 1917 (25 de outubro no calendário juliano), a oposição socialista radical (bolcheviques) promove uma insurreição sob o comando de Lênin. O novo dirigente dá aos camponeses o direito de explorar a terra e transfere o controle das fábricas aos operários. Institui a Nova Política Econômica (NEP), que permite a criação de empresas privadas, sob a supervisão do Estado. O governo bolchevique só se consolida após quatro anos de guerra civil. Em 1922, nasce a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), a primeira nação socialista do mundo, reunindo os territórios que pertenciam ao Império Russo.
1919 – As nações vencedoras da I Guerra Mundial estabelecem o Tratado de Versalhes, que determina os termos de paz com a Alemanha, impondo a esse país severas penas. Obrigada a ratificá-lo, a Alemanha perde todas as colônias, entrega a Alsácia e a Lorena à França, fica proibida de manter Marinha e Aeronáutica e limita seu Exército a 100 mil homens. É forçada, ainda, a pagar uma pesada indenização aos vencedores. As demais potências derrotadas assinam acordos em separado. Pelos tratados de Saint-Germain e Trianon, o Império Austro-Húngaro é desmembrado e surgem a Hungria, a Tchecoslováquia, a Polônia e a Iugoslávia. A Áustria se tornou um pequeno Estado, sem poder significativo. A paz com o Império Turco-Otomano é selada no ano seguinte.
1920 – Tratado de Sèvres partilha territórios do Império Turco-Otomano no Oriente Médio entre as potências vencedoras da I Guerra Mundial. O Iraque, a Transjordânia (atual Jordânia) e a Palestina se tornam protetorados britânicos, enquanto a Síria e o Líbano passam para o mandato francês. Três anos depois, Mustafa Kemal – líder militar que adota o codinome Atatürk, ou “pai dos turcos” - funda a República Turca nos domínios que restaram do Império Turco-Otomano.
1920 – Criação da Liga das Nações, com sede em Genebra (Suíça), que tem como objetivo garantir a paz e a segurança mundial.
1920 – Tropas britânicas abrem fogo contra uma multidão de irlandeses em Dublin, matando 12 pessoas. O episódio, conhecido por Domingo Sangrento, acontece em meio a onda de violência contra o domínio britânico na Irlanda, comandada pelo partido nacionalista Sinn Féin e seu braço armado, o Exército Republicano Irlandês (IRA). Dois anos depois é proclamado o Estado Livre da Irlanda – atual República da Irlanda – reunindo os condados católicos do sul da ilha. O norte da Irlanda – Ulster –, de maioria protestante, permanece ligado ao Reino Unido até hoje.
1922 – Após organizar a Marcha sobre Roma, Benito Mussolini torna-se primeiro-ministro da Itália a convite do rei Vittòrio Emanuèle III. O dirigente implanta o fascismo, regime político totalitário, nacionalista e corporativo.
1924-1953 – Stálin torna-se secretário-geral do Partido Comunista da URSS (PCUS) e assume o comando do país. Institui um regime totalitário, conhecido como stalinismo. Controla o Estado com poderes ditatoriais e espalha o terror: expulsa do partido e do Exército os inimigos declarados ou potenciais. Milhões são presos, executados ou deportados para campos de trabalho na Sibéria. No plano econômico, implanta uma nova política econômica (gosplan), baseada em planos qüinqüenais. Força a industrialização de base e a coletivização de terras.
1929 – A expansão do crédito bancário e a especulação financeira nos Estados Unidos (EUA) gera grave crise econômica, que atinge o limite com a quebra da Bolsa de Nova York. Mais de 9 mil bancos e 85 mil empresas decretam falência e a cotação das ações cai em média 85% entre 1929 e 1932. A redução de salários chega a 60% e o desemprego atinge 13 milhões de pessoas. A crise ganha dimensão mundial com a diminuição do crédito norte-americano a outros países e a elevação das tarifas alfandegárias dos EUA, que provocam refluxo no comércio exterior.
1930 - Seguido por milhares de pessoas, Mahatma Gandhi conduz a Marcha para o Mar: uma caminhada de mais de 320 quilômetros para protestar contra os impostos britânicos sobre o sal. Principal líder do movimento pela independência da Índia, Gandhi prega a resistência pacífica, ou seja, a não-violência como forma de luta. É preso diversas vezes por organizar campanhas de desobediência civil, que incluem o boicote aos produtos britânicos e a recusa ao pagamento de tributos.
1931 – O auge do expansionismo japonês se dá com a invasão da Manchúria – rica província chinesa, detentora de solo fértil e de depósitos de xisto petrolífero, carvão e ferro. É implantado o estado fantoche de Mandchukuo, governado formalmente pelo último imperador chinês, Pu Yi, e efetivamente controlado pelos japoneses.
1932 – António de Oliveira Salazar torna-se primeiro-ministro de Portugal. Inspirado no fascismo italiano, seu regime fica conhecido como salazarismo. Por meio da Constituição de 1933, Salazar institui o Estado Novo: estabelece o União Nacional como partido único, implanta a censura e reprime a oposição com a polícia de segurança, a Pide.
1933 – No auge da crise provocada pela quebra da Bolsa de Nova York, Franklin Roosevelt assume a Presidência dos Estados Unidos e lança o New Deal (Novo Acordo). Influenciado pelas idéias do economista inglês John Keynes, o programa de reformas econômicas e sociais baseia-se no combate ao desemprego e no aumento da produção industrial por meio de investimentos estatais.
1933 – Hitler torna-se chanceler da Alemanha, assume o papel de führer (guia do povo alemão) e instaura uma ditadura dominada pelo partido nazista. A recessão vivida pela Alemanha no pós-guerra cria condições favoráveis ao surgimento e à expansão do nazismo. Nacionalista, Hitler defende o racismo e a superioridade da raça ariana; nega as instituições da democracia liberal e a revolução socialista; e luta pelo expansionismo alemão. Transformando comícios e manifestações de massa em espetáculos e utilizando-se dos meios de comunicação para divulgar seus ideais de ordem e revanchismo, o partido nazista ganha rapidamente o apoio da população, castigada pela crise e pelo desemprego.
1936 – Início do expansionismo alemão com a invasão da Renânia, região do oeste da Alemanha, desmilitarizada pelo Tratado de Versalhes.
1936-1939 – Liderados pelo general Francisco Franco, rebeldes militares da guarnição de Melilla, no Marrocos espanhol, voltam-se contra o governo republicano e tomam as cidades de Sevilha e Cádiz, iniciando a Guerra Civil Espanhola, conflito que deixa 1 milhão de mortos. O combate se alastra pelo país, opondo republicanos e nacionalistas (franquistas). Do lado republicano lutam operários, camponeses, setores da classe média e cerca de 25 mil voluntários de 53 países, organizados nas Brigadas Internacionais. A União Soviética (URSS) dá auxílio financeiro limitado aos militantes comunistas, dividindo as forças republicanas. Com o apoio das Forças Armadas (exceto Aeronáutica), da Igreja Católica e a ajuda da Alemanha e da Itália - que tinham afinidades ideológicas com a direita espanhola - Franco vence a guerra em 1939 e instaura a ditadura, que se estende até sua morte, em 1975.
1939-1945 – Reino Unido e França declaram guerra à Alemanha após a invasão nazista na Polônia e iniciam a II Guerra Mundial. Em 1940 é formalizado o Eixo, pacto entre Alemanha, Japão e Itália. No ano seguinte, os japoneses bombardeiam a base naval de Pearl Harbor, no Havaí, e forçam a entrada dos Estados Unidos (EUA) na guerra. Definem-se, assim, as duas forças em conflito. De um lado, os países do Eixo e, de outro, os Aliados (França, Reino Unido, Estados Unidos e União Soviética). Quase 50 milhões de pessoas morrem na guerra e cerca de 6 milhões de judeus são exterminados em campos de concentração nazistas.
1944 – Com o objetivo de facilitar as operações financeiras de venda, troca ou compra de valores em moedas entre países, a Conferência de Bretton Woods, realizada em New Hampshire, Estados Unidos, adota o dólar norte-americano como base do sistema monetário mundial, em substituição ao padrão ouro. Na conferência, é criado o Fundo Monetário Internacional (FMI). 1944 – No dia 6 de junho de 1944, conhecido como Dia D, os aliados lançam o ataque decisivo contra as forças nazistas. O desembarque de 155 mil soldados aliados em Caen, na Normandia francesa, é considerado a maior operação aeronaval da história. Envolve mais de 1,2 mil navios de guerra e mil aviões. Paris é libertada em 25 de agosto.
1945 – O Exército da URSS ocupa a Berlim em 2 de maio de 1945. Cinco dias depois, ocorre a rendição da Alemanha.
1945 – Durante a II Guerra Mundial, os Estados Unidos lançam bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima (6/8) e Nagasaki (9/8), matando 170 mil pessoas. Ao mesmo tempo, tropas soviéticas expulsam os japoneses da Manchúria e da Coréia. Em 2 de setembro, o Japão capitula, pondo fim à II Guerra Mundial.
1945 – Franklin Roosevelt, presidente dos Estados Unidos, Josef Stálin, dirigente da União Soviética, e Winston Churchill, primeiro-ministro do Reino Unido, determinam os limites da área de influência soviética no Leste Europeu durante a Conferência de Yalta, na Criméia. 1945 – Conferência de Potsdam partilha a Alemanha e Berlim em quatro zonas de ocupação (Reino Unido, EUA, França e URSS). A Coréia é dividida entre os EUA (sul) e a URSS (norte), e o Japão permanece sob ocupação norte-americana até 1952.
1945 – Cinqüenta países assinam a Carta da ONU (Organização das Nações Unidas) em 25 e 26 de abril. A organização - hoje com 185 países-membros - nasce com a finalidade de zelar pela segurança e pela paz mundial, pela defesa dos direitos humanos e pela melhoria do nível de vida em todo o mundo. 1945 – Países árabes do Oriente Médio e do norte da África fundam a Liga Árabe no Egito, reunindo forças contra o domínio colonial sobre Estados árabes da região. O nacionalismo árabe – pan-arabismo – torna-se uma força política sobretudo a partir da ascensão de Gamal Abdel Nasser ao poder no Egito, em 1952.
1945-1980 Tito assume o poder na Iugoslávia transformando o país numa federação de seis repúblicas – Sérvia, Croácia, Eslovênia, Bósnia-Herzegóvina, Montenegro e Macedônia – com direitos iguais. Consciente da tradição hegemônica da Sérvia, garante autonomia para as províncias sérvias de Kosovo (de maioria albanesa) e Voivodina (com forte presença húngara). Instaura um regime comunista de partido único e resiste à tentativa soviética de transformar a Iugoslávia em Estado-satélite, como ocorreu com os demais países do Leste Europeu. Durante seu governo, consegue neutralizar as diferenças entre as nacionalidades iugoslavas com base nos ideais socialistas e de fraternidade entre os povos eslavos do sul.
1945-1946 – Os países vencedores da II Guerra Mundial instituem um Tribunal Militar Internacional na cidade de Nuremberg para julgar criminosos nazistas acusados de conspiração, crimes de guerra e crimes contra a humanidade. Os julgamentos começam no dia 20 de novembro, duram dez meses e ficam conhecidos como Os Tribunais de Nuremberg. Doze dos acusados são condenados à morte por enforcamento; três recebem prisão perpétua; quatro, prisão entre dez e 15 anos; e três são inocentados. As execuções ocorrem em 16 de outubro de 1946.

Batalha de Austerlitz

A batalha de Austerlitz foi um conflito ocorrido entre o exército napoleônico e os exércitos da Rússia e Áustria, em dezembro de 1805. Tais países juntamente com a Inglaterra faziam parte da aliança antinapoleônica, planejaram guerrear contra a França para impedir os avanços franceses, o que mudou no dia 02 de dezembro, quando Napoleão organizou uma armadilha que consistia em deslocar seu exército do flanco direito para que os inimigos acreditassem que este permanecia abandonado. Cerca de sete mil homens se deslocaram de Viena para o flanco direito a fim de protegê-la, o que causou espanto no exército inimigo que acabou sendo barrado e combatido. No mesmo período, Napoleão derrotou a Áustria que assinou um tratado de paz com a França, já que se viu debilitada e incapaz de continuar na guerra. Em Zuran, o exército russo foi dividido e combatido por Napoleão que se deslocou para o sul fazendo com que os russos dali tentassem fugir pelo lago de Satschan, mas foram atacados pelo exército napoleônico que atiraram no gelo fazendo com que os russos caíssem na água. Em Pratzen, o exército russo e austríaco fugiu ao ver o exército napoleônico.

Lei Seca

A Lei Seca entrou em vigor em 1920, com o objetivo de salvar o país de problemas relacionados à pobreza e violência. A Constituição americana estabeleceu em 18ª emenda, a proibição, a fabricação, o comércio, o transporte, a exportação e a importação de bebidas alcoólicas. Pois para o governo todos os males vividos pelo país tinham apenas o álcool como agente causador. Essa lei vigorou por 13 anos, foi considerada o maior fracasso legislativo de todos os tempos nos Estados Unidos.
O efeito causado pela lei foi totalmente contrário do que era esperado, ao invés de acabar com o consumo de álcool, com os problemas sociais, entre outros, a lei gerou a desmoralização das autoridades, o aumento da corrupção, explosões da criminalidade em diversos estados e, o enriquecimento das máfias que dominavam o contrabando de bebidas alcoólicas. O ponto de encontro das pessoas que queriam beber era os speakesies, ou seja, bares clandestinos localizados no subterrâneo, com o objetivo de não chamar atenção.
Argumentando que a legalização das bebidas geraria mais empregos, elevaria a economia e aumentaria a arrecadação de impostos, os opositores do então presidente norte-americano Franklin Roosevelt, o convenceram a pedir ao Congresso que legalizasse a cerveja. Com isso, em 1933 é revogada a emenda constitucional da lei seca. O Ato de Proibição nacional eternizou o nome de várias pessoas, em especial a do grande gângster Al Capone, que comandou o comércio de bebidas alcoólicas em Chicago.

Marcha para o Oeste

No início do século XIX, após o processo de independência e da aprovação da Constituição que oficializava os EUA como um país, o presidente George Washington começou a incentivar a colonização das terras que estavam na faixa oeste do país, com a intenção de obter vantagens econômicas e políticas através da expansão territorial, a chamada Marcha para o Oeste. Para atrair o interesse das pessoas, o governo americano passou a oferecer terras a preços baixíssimos. Assim, uma onda de imigrantes, principalmente irlandeses, alemães e ingleses, se aventurou a explorar o interior do continente americano. Para ampliar ainda mais sua expansão territorial, os EUA se apossaram de grandes porções territoriais, seja por meio de acordos diplomáticos ou através da guerra. A região chamada de Louisiana foi comprada da França por 5 milhões de dólares; além disso, a Flórida também foi adquirida pelo valor de 15 milhões, pagos à Espanha. Por meios diplomáticos, os norte-americanos adquiriram a região de Oregon, cedida pela Inglaterra. Em 1846 os mexicanos entraram em guerra com os norte-americanos devido à anexação, por parte dos EUA, do Texas, região pertencente ao México. Essa guerra resultou na derrota dos mexicanos, assim, o México foi obrigado a ceder metade de seu antigo território aos EUA. Com um amplo espaço geográfico para se desenvolver, que ia do Oceano Atlântico ao Pacífico, a Marcha para o Oeste se acentuou mais ainda, sem contar que fora descoberto reservas auríferas na região da Califórnia. Após a morte de inúmeros índios nativos, que não queriam ceder suas terras para os desbravadores, os EUA se consolidaram como uma grande nação geográfica e estratégica. A conseqüência da Marcha para o Oeste foi o aumento da população de 3.900.000, em 1790, para 7.200.000, em 1810, compondo uma sociedade agrária, formada por grandes latifúndios exportadores.

Tribunal de Nuremberg

Logo após a Segunda Guerra Mundial, um tribunal se reuniu em Nuremberg, na Alemanha, com o objetivo de julgar os crimes cometidos pelos nazistas durante a guerra. De 1945 a 1949, o Tribunal de Nuremberg julgou 199 homens, sendo 21 deles líderes nazistas. As acusações foram desde crimes contra o direito internacional até de terem provocado de forma deliberada a Segunda Guerra Mundial.
A criação desse tribunal se deu através de um acordo firmado entre os representantes da ex-URSS, dos EUA, da Grã-Bretanha e da França, em Londres, em 1945. Dentre os réus julgados e condenados estava o braço direito de Adolf Hitler, Hermann Goering. Durante o julgamento a defesa de Goering alegou ofensa ao princípio da legalidade, que era baseada nos postulados do direito penal tradicional. Mas de nada adiantou, pois Goering foi condenado à morte, no entanto, este cometeu suicídio na prisão com uma cápsula de cianeto.

Coronelismo no Brasil

O termo coronel no período republicano significava chefe político de um determinado local que geralmente era dono de terras ou comerciante. Da forma com que prestavam serviços ao Poder Executivo os coronéis ganhavam prestígio e força.
O coronelismo foi um período de práticas autoritárias e violentas comandadas pelos coronéis, fato que ocorreu até aproximadamente 1960. Os coronéis controlavam as pessoas da região e as obrigava a realizar fatos e tomar decisões segundo sua vontade. Aproveitavam o fato de que as pessoas eram desinformadas e pouco educadas para motivá-las a fazer segundo o que lhes era proposto. Os coronéis conseguiam formar regimes e tributos em sua região assim como estipular impostos e promover a candidatura de seu elegido. Como possuíam grande quantidade de colonos em suas terras e havia respeito seguido de “medo” por grande parte da população rural da região, os coronéis abusavam do seu prestígio para manipular as pessoas e até obrigá-las sob forma brutal a fazer sua vontade.
Este cenário começou a mudar quando as famílias começaram a migrar para os centros urbanos, o que lhes proporcionou acesso à educação, aos direitos que possuíam e aos meios de comunicação. Por causa dessa migração, os coronéis começaram a impor seus desejos através da força e da ameaça, as famílias obedeciam ao seu desejo com medo da violência que poderiam sofrer e temiam que o seu sustento fosse tomado.
Hoje, ainda em locais do interior e distante das cidades, existem coronéis que abusam do seu poder para manipular as pessoas carentes de ensino e informação.

Congresso de Viena

Após o fim da época napoleônica, que provocou mudanças políticas e econômicas em toda a Europa, os países vencedores (Áustria, Rússia, Prússia e Inglaterra) sentiram a necessidade de selarem um tratado para restabelecer a paz e a estabilidade política na Europa, já que momentos de instabilidade eram vividos. O Congresso de Viena foi uma conferência entre as potência vencedoras da batalha contra o Império de Bapoleão, que ocorreu entre 1 de Outubro de 1814 e 9 de Junho de 1815. Os objetivos desses países eram redesenhar o mapa político europeu, reestabelecer a ordem na França e equilibrar suas forças, no sentido de garantir a paz na Europa. Foi assegurado que a França deveria pagar uma indenização de guerra (700 milhões) e formar um novo governo conservador, dominado pelo clero e pela nobreza, além do mais, a França continuaria com os mesmos limites terriroriais da época de Napoleão Bonaparte. A Alemanha e a Itália tiveram que ceder parte de seus territórios para a Prússia e Áustria. As conseqüências do Congresso de Viena foram: vantagens políticas aos países dominantes, redefinição das fronteiras políticas européias e relativa paz no contexto da época.